sexta-feira, 3 de junho de 2011

ASSIM SE PASSARAM OS CEM DIAS.

Desde que Franklin D. Roosevelt, ao assumir a presidência dos EUA em 1933, tomou uma série de medidas de impacto nos cem primeiros dias de sua gestão para enfrentar os efeitos da Grande Depressão que começara em 29, criou-se uma expectativa sobre a conduta dos governantes durante o início das administrações.
Desde então, ao fim dos cem  primeiros dias de gestão, os governantes são submetidos a uma série de análises e balanços como se as ações desenvolvidas neste período determinassem o perfil e os rumos dos demais dias do governo que se inicia.
Em minha modesta opinião, o máximo que se pode extrair de uma análise dos cem primeiros dias de um governo  é a avaliação sobre se este período foi  bem aproveitado ou se foi marcado pela desorientação e perda de tempo e energia diante das  intransferíveis obrigações administrativas.
Deste ponto de vista avalio que o Governo Rosalba, neste período,  perdeu a  oportunidade de, efetivamente,  começar a administrar o Rio Grande do Norte e iniciar a implementação de  seu Programa de Governo. Difícil identificação alguma ação que possa ser considerada  como marca administrativa dos cem primeiros dias do governo que tomou posse no 1° de janeiro passado.
De modo geral, o que se observa é uma espécie de desnorteamento em muitas das áreas de governo, sem que as equipes empossadas tenham, até o momento, desenvolvido alguma ação que mereça destaque. Os programas em curso são, em larga medida, continuidade dos desenvolvidos pela administração passada.
A demora na indicação de alguns auxiliares e a volta a postos de comando de auxiliares que serviram os governos passados (demonstrando a falta de renovação dos quadros político-administrativos do consórcio partidário vitorioso em 2010) explicam, talvez, a ausência de ações inovadoras neste início da administração.
A marca deste período foi a ênfase dada à versão acerca da situação financeira do Rio Grande do Norte, com destaque para dívida herdada. Dívida esta, registre-se, até hoje não detalhada. Com o Portal da Transparência desatualizado, torna-se impossível acompanhar a aplicação dos cerca de dois bilhões de reais arrecadados até o momento.
Para se antecipar às previsíveis cobranças dos diversos setores da sociedade, o Governo Rosalba  anunciou aos quatro ventos a insolvência financeira do estado.
Assim, repetindo o que se tornou um verdadeiro mantra, Rosalba obteve sucesso em sua tática: nestes cem dias de governo, não pagou a vários fornecedores de bens e serviços, não concedeu aos servidores os percentuais dos reajustes salariais previstos para março passado, não convocou os concursados da área de segurança e suspendeu todos os convênios firmados com as prefeituras do Rio Grande do Norte.
Passaram-se os primeiros cem dias de governo, período que se convencionou ser de trégua e espera.
Daqui por diante – nos próximos mil e trezentos e sessenta dias – a sociedade não se contentará com o recital de reclamações acerca do que se herdou do passado. Exigirá ações que respondam às demandas do presente e do futuro.
Mineiro
Deputado Estadual do PT

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